13/3/2013 às 19h50 - Atualizado em 13/3/2013 às 19h50
Após encontro com Mantega, Casagrande descarta saída da Jurong do Estado
Folha Vitória - Redação Folha Vitória
Durante passagem por Brasília para discutir possíveis soluções para o impasse do projeto dos royalties de petróleo, o governador do Estado, Renato Casagrande, aproveitou para tratar com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a suposta transferência do estaleiro Jurong para o Rio de Janeiro.
“Conversei com o ministro Mantega e Pimentel [Fernando Pimentel, ministro do Desenvolvimento] e foi descartado essa possibilidade. Queremos tranqüilizar a população que esse investimento está mantido”, frisou o governador.
Durante a semana, surgiram informações de que o ministro Guido Mantega estaria querendo transferir o estaleiro, que está sendo construído em Aracruz, para o litoral norte fluminense. A ideia seria favorecer o porto do empresário Eike Batista.
O estaleiro foi concebido para ocupar e operar em uma área terrestre de 70 hectares e sua costa marinha, ambas detentoras de atributos naturais de extrema relevância. A região, que tem como limite sul a Barra do Sahy e como limite norte o porto da Aracruz Celulose – Portocel -, detém um dos únicos remanescentes de floresta de restinga bem conservados da região, com inúmeras espécies vegetais ameaçadas de extinção.
Para receber a autorização para funcionar, a empresa se comprometeu a fazer estudos fundamentais para a criação de duas unidades de conservação marinha no município de Aracruz. O valor total do investimento é de R$ 500 milhões e a previsão é que sejam criados 6 mil empregos no empreendimento.
Saiba mais:
12/03/2013 - 21h30 - Atualizado em 12/03/2013 - 22h41
O empreendimento de R$ 500 milhões vai gerar mais de 6 mil empregos diretos
Rita Bridi rbridi@redegazeta.com.br
Foto: Ricardo Medeiros - ES - Aracruz - Terraplanagem da área do estaleiro Jurong, barra do Riacho, Aracruz
Após dois fortes golpes na economia do Espírito Santo, desferidos por governo federal e Congresso Nacional, que levaram a perdas bilionárias de receita – Fundap e royalties –, nova ameaça paira sobre o Estado: a perda do Estaleiro Jurong Aracruz (EJA) para o Rio de Janeiro. O empreendimento de R$ 500 milhões vai gerar mais de 6 mil empregos diretos.
O governo federal quer que o projeto, que está em processo de implantação em Barra do Sahy, município de Aracruz, seja transferido do Litoral Norte capixaba para o Porto do Açu, em São João da Barra, Norte do Rio. O objetivo da manobra é favorecer o bilionário Eike Batista, dono do terminal portuário.
Representantes do Jurong reuniram-se na tarde de ontem com o governador Renato Casagrande, em Vitória, para relatar a situação. Disseram ao governador que foram contatados para avaliar a possibilidade de construir todo o empreendimento ou parte dele pelo menos, no Rio de Janeiro.
Hoje, os executivos reúnem-se, em Brasília, com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e outros integrantes do governo Dilma Rousseff. Mantega, não custa lembrar, é o presidente do conselho de administração da Petrobras. A estatal, por meio da Sete Brasil, encomendou sete navios-sonda ao EJA. O valor da encomenda beira os R$ 12 bilhões.
Os representantes do Jurong – o diretor financeiro da SembCorp Marine, Tan Cheng Tat, e o diretor do Jurong Brasil, Martin Cheah – que estiveram com Casagrande, não quiseram se pronunciar. Sabe-se, entretanto, que a intenção do grupo é manter o empreendimento no Espírito Santo.
O governador também não se pronunciou. O secretário estadual de Desenvolvimento, Nery De Rossi, foi quem falou em nome do governo. Segundo o secretário, o governador ficou surpreso com algumas informações que recebeu. Ele, que estará hoje em Brasília, vai buscar esclarecimentos junto aos ministérios que estão tratando do assunto.
O governo, segundo De Rossi, “vai trabalhar fortemente para que o estaleiro permaneça no Estado”. Para o governo, explicou, é importante que o projeto, que está em fase de implantação, seja concluído porque dará forte contribuição para o desenvolvimento econômico do Estado e, principalmente, da região Norte.
O secretário enfatizou a importância do projeto para a economia estadual justamente no momento em que o Espírito Santo vem sofrendo vários reveses. Ele lembrou as perdas com a mudança na sistemática da distribuição dos royalties do petróleo e com a redução de 12% para 4% da alíquota do ICMS nas operações interestaduais com mercadorias importadas, que enfraqueceu o sistema Fundap e abalou a economia dos municípios e do Estado.
Essa não é primeira vez que outros Estados tentam tirar o estaleiro do Espírito Santo. Em novembro de 2011, o governador baiano, Jacques Wagner, acompanhado do então presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, viajou para Singapura, na tentativa de levar o estaleiro para a Bahia. Na oportunidade, o grupo já havia anunciado o interesse em instalar-se no Espírito Santo.
Agora que o projeto já obteve a licença prévia e encontra-se em fase de implantação – além da terraplanagem, o EJA já tem construído quase 300 metros do quebra mar – há uma nova investida. As obras foram iniciadas em dezembro de 2012 e a conclusão está prevista para o final de 2015. Algumas operações no estaleiro estão programadas para dezembro deste ano.
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