Vereadores aprovam aumento de 61,2% para secretários municipais

28/03/2013 às 08:11

Aprovados na sessão da Câmara de Aracruz da última segunda-feira 25, por unanimidade no primeiro turno - com a ausência do vereador Renato Pereira Sobrinho (PRP), que ficou doente e apresentou atestado médico - os dois projetos do prefeito Marcelo Coelho, que aumenta os subsídios de secretários municipais e outros cargos comissionados (nº 17/2013), e que cria 147 novos empregos em cargos de comissão (nº 09/2013).

   Em um encontro de ritmo acelerado, o presidente Erick Musso (PP) precisou disputar com o público quem falava mais alto, por conta das manifestações de protesto por parte de integrantes do magistério municipal, que alegaram não concordar com o aumento de 61,2% nos vencimentos dos secretários, enquanto professores amargam defasagem nos subsídios.

   Nada foi dito no momento do pequeno expediente e o microfone do plenário foi evitado por todos os legisladores, que, em silêncio, concordaram, unânimes, com todos os projetos de lei que passaram pela pauta. No momento mais polêmico da sessão, na hora de votar o aumento dos secretários, houve exaltação dos ânimos entre os presentes e as palavras de protesto levaram Erick Musso a suspender a sessão por cinco minutos. Sob vaias, Musso deu seguimento à sessão com o intuito de terminar a Ordem do Dia. Os dois projetos mais polêmicos da noite seguem agora para o segundo turno na próxima segunda-feira 01, conforme o Regimento Interno.

Saiba quem receberá aumento com o Projeto 17/2013

Aracruz, um carro sem as quatro rodas

"Nosso compromisso é mudar a história de Aracruz, com transparência e coragem. A situação é caótica na prefeitura, mas estamos estudando soluções para os diversos problemas e implementando medidas que garantam serviços públicos de qualidade à população, principalmente os mais carentes", afirmou o prefeito Marcelo Coelho em conversa com vereadores, ao explicar o envio de dois projetos à Câmara: um que recria 47% dos cargos comissionados, extintos no último ano da gestão anterior sem qualquer estudo técnico, e outro que adequa os subsídios dos secretários municipais.

   "Transparência é mostrar a realidade. Aracruz é um carro sem as quatro rodas. As secretarias não dispõem de servidores sequer para as atividades fundamentais. Nossa secretaria de Obras não tem hoje um só engenheiro. Tudo porque foram extintos no ano passado, sem estudos, 307 cargos comissionados. Isto inviabiliza a prestação de um serviço público de qualidade aos nossos cidadãos. Por isto, enviamos à Câmara um projeto para recompor parte do quadro gerencial", disse o prefeito.

   A proposta prevê a contratação de 147 profissionais capacitados para os níveis gerenciais, ou 47% do total extinto pela gestão anterior. "Estes cargos são uma ferramenta fundamental ao nosso trabalho de construção de uma nova Aracruz, para melhoria dos serviços prestados à população. Como pode uma secretaria de Obras funcionar sem engenheiros? Como pode a saúde melhorar sem gerentes e corpo técnico? Tivemos o cuidado de recompor apenas o essencial, menos da metade dos cargos que foram extintos no ano passado. E a ocupação de cargos em Aracruz agora se dá por critérios técnicos, por qualificação", afirma Marcelo Coelho.

   O segundo projeto enviado para apreciação dos vereadores é a adequação dos subsídios dos secretários municipais. "Para que a gente possa construir uma nova Aracruz, temos que ter o apoio de uma equipe competente. E isto hoje nós temos, mas os vencimentos não são compatíveis. Se não corrigirmos um pouco os valores, iremos rapidamente perder esses bons profissionais para a iniciativa privada. E quem mais perderia com isso seriam os nossos munícipes, pois equipe qualificada é fundamental para a melhoria dos serviços públicos. Queremos uma nova era para a gestão municipal, marcada pela honestidade, seriedade, transparência e eficácia", explicou o prefeito.

   Hoje, o secretariado do município recebe R$ 6,8 mil, bem menos da metade do que profissionais da iniciativa privada que ocupam cargos de primeiro nível. A proposta eleva o vencimento para R$ 10,8 mil. Outros municípios já reajustaram os subsídios do primeiro escalão este ano. Em Vitória, o valor subiu de R$ 8,9 mil para R$ 14 mil.

   "Sei que reajuste de subsídios gera especulação. Mas, neste caso, temos coragem de enviar este projeto porque estamos sepultando as mazelas do passado, que incluíam até ganhos por fora para alguns membros da administração. Isto acabou. Não tem mais tolerância com qualquer tipo de corrupção. Precisamos de subsídios compatíveis, porque nossa equipe é de qualidade e está trabalhando duro para nos ajudar a construir a nova Aracruz", disse o prefeito.

Governador defende equipe qualificada na gestão

Em discurso durante o evento de assinatura da Ordem de Serviço em Santa Rosa, no último dia 16, o governador Renato Casagrande falou exatamente da necessidade da gestão pública contar com profissionais qualificados. "Para uma boa gestão precisamos de profissionais técnicos. Se tem que reestruturar a prefeitura, então faça logo. O povo não aguenta mais não ser atendido. A população precisa de atendimento, precisa de resposta. Então, não percam tempo. Se nós temos aqui uma região muito próspera, com muito potencial, Aracruz tem que liderar isso e, para liderar, tem que ter uma base técnica e política preparada para esses desafios".

FONTE; http://www.folhalitoral.com.br/site/index.php?p=noticias_ver&id=4425