quinta-feira, 29 de março de 2012

Vereadores de Aracruz acusados de envolvimento em esquema de propina na coleta de lixo

| 23/3/2012 às 20h47 - Atualizado em 26/3/2012 às 18h39

TV Vitória

Redação Folha Vitória

Reprodução TV VitóriaOito vereadores da Câmara Municipal de Aracruz podem estar envolvidos em um esquema de corrupção no município há cerca de 10 anos. Gravações de conversas entre George Coutinho e Paulo Ferreira, o Paulinho, revelam a existência do “lixinho”, nome dado à propina que seria paga pela empresa de coleta de lixo da cidade, a Ambitec.

VEJA O VÍDEO http://www.folhavitoria.com.br/politica/noticia/2012/03/vereadores-de-aracruz-acusados-de-envolvimento-em-esquema-de-propina-na-coleta-de-lixo.html

Veja trechos da gravação abaixo!

Vereador George: "O que eu fiquei p... foi com o Gil, p..."
Vereador Paulo: "Cortaram o negócio lá, né o 'todizinho'"
Vereador George: "Cortou de você, né?"
Vereador Paulo: "O nosso cortou!"
Vereador George: "Você não recebe nenhum hoje, nada?"
Vereador Paulo: "Nada, cortou na tora. E o seu?"
Vereador George: "Me pagou dois só, mas está me devendo quatro. Mas como você vai cobrar agora? Eu falei para ele que quero receber esses dois mil que estão faltando..."
Vereador Paulo: "Como cobrar agora? Eu, você e Ronys sentar com eles e pegava o negócio, e falava assim: ó, nós queremos o nosso negócio".

O dinheiro seria pego na empresa pelo vereador Gilberto Furieri, o Gil, citado na gravação, e distribuído para oito dos dez vereadores de Aracruz. Segundo George, que denuncia os colegas, eles recebiam uma mesada de R$ 3 mil para ficarem calados.

"Era tipo um cala boca para que não criticássemos a empresa pelo mau serviço prestado em nosso município. Os vereadores nos convidaram para participar desse mensalão para que recebêssemos também", explicou.

Mas o vereador George também recebia o “lixinho”. Ele resolveu denunciar porque ficou preso no ano passado por 97 dias, denunciado por outras irregularidades. Aproveitou-se então da delação premiada. Fez um acordo com o Ministério Público, as acusações foram retiradas e ele foi atrás das provas do esquema.

O vereador pediu ajuda a advogada Gilcinéia Ferreira, que dirige o Centro de Direitos Humanos de Aracruz e já sabia do esquema há muitos anos. Para se ter uma idéia a cidade vai pagar em 2012, R$ 33,3 milhões pela coleta de lixo da cidade. Segundo Gilcinéia, num município de 85 mil habitantes como Aracruz, o valor do serviço não deveria passar de R$ 10 milhões por ano.

"Quando o atual prefeito assumiu em 2005, ele já pegou esse contrato em curso. Quando o contrato venceu, ele fez algumas licitações, mas nenhuma que as entidades não questionassem por apresentarem valores altos e participarem sozinhas. O espírito da licitação é exatamente o da concorrência", comentou a advogada.

Com essas gravações em mãos, a presidente do centro fez uma transcrição das cinco horas gravadas, reuniu todo o material e deu entrada num pedido de CPI na Câmara Municipal, que vai ser votado na próxima segunda-feira (26).

http://www.folhavitoria.com.br/site/?target=media_center_internas&vid=FV_RPTG_00010564

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